Um Punhado de Gente






Um Punhado de Gente


Recolho em carinho um punhado de gente,
Vivendo arrabalde do alheio consumo.
Calos nas mãos em corpo sofrido,
Divina afazeres no pão adquirido.


Calor que desperta em dias tão frios...
Trabalho suado em volta do campo,
Merecem conforto, sossego e descanso!
Pessoas atentas à luz do vazio...


Mortas saudades de quem já partiu,
Bradando no vento com tanto vigor,
Bordando emoções a quem cá ficou.


Agradecem a Deus o pouco que têm,
Que gastas em mãos da terra colheu,
Fartura esbanjada por quem semeou...

Carla Bordalo